quinta-feira, 17 de março de 2011

Sexualidade Feminina: resistência das mulheres ao uso do preservativo

Entrevista concedida pela Vice-Presidente a ABRADES à Rádio CBN de São Paulo, Programa o Fato em Foco, com Roberto Nonato.

I Parte da Entrevista



II Parte da Entrevista



Importante acrescentarmos que  o surgimento da camisinha em si não é nenhuma novidade, pois há muitos séculos, têm se procurado métodos contraceptivos, inicialmente com o objetivo de  Na de evitar a gravidez indesejada e claro as doenças sexualmente transmissíveis. Diversas  a fórmulas foram sendo testadas, na Ásia por exemplo, eles utilizavam um envoltório de papel de seda untado com óleo.

No entanto, foi na Idade Média, com a disseminação das então denominadas doenças venéreas  (DST´s) na Europa que tornou especialmente necessária a invenção da camisinha. Foi em 1564,que  o anatomista e cirurgião Gabrielle Fallopio criou uma camisinha que era um forro de linho do tamanho do pênis e embebido em ervas. Que posteriormente, eram embebidos em soluções químicas (pretensamente espermicidas) e depois secados.

Mas, foi só no século XVII, que o Dr. Quondam, indignado com o número de filhos ilegítimos do rei Carlos II da Inglaterra (1630-1685), inventou um protetor feito com tripa de animais. O ajuste da extremidade aberta era feito com um laço, o que, obviamente, não era muito cômodo, mas o dispositivo fez tanto sucesso que há quem diga que o nome em inglês (condom) seria uma homenagem ao médico. Outros registros indicam que o nome parece vir mesmo do latim "condus" (receptáculo).  Esta  "camisinha-tripa" foi inclusive utilizada até 1839, quando Charles Goodyear inventou o processo de vulcanização da borracha, tornando-a flexível a temperatura ambiente. Embora nesta época, os preservativos de borracha eram grossos e caros e por isto lavados e reutilizados diversas vezes.

Foi no ano de 1880, que efetivamente surgiram as camisinhas de látex, que foram evoluindo a partir do desenvolvimento de novos materiais.

Mas é importante dizer que o uso da Camisinha no Brasil se deu especialmente a partir de alguns marcos históricos que consolidaram a disseminação do uso da camisinha, inicialmente  a revolução sexual da década de 1960, depois o boom da AIDS na década de 1980.

E hoje, verificamos uma geração que está cada dia mais deixando de usa o preservativo, mesmo diante de uma realidade em que o número de DST´s e AIDS cresce cada dia mais. Lamentável!

Há que se ressaltar também que a descoberta a pílula anticoncepcional pode ser considerada um marco da revolução sexual de 1960, e também  em termos de saúde pública, planejamento familiar e comportamento sexual no Brasil, e um marco essencial para a liberdade sexual e emancipação das mulheres, ao permitir que pudéssemos dissociar a ideia de sexo apenas como reprodução, e controlar o processo reprodutivo, trazendo um novo olhar e conceito sobre a sexualidade, e propiciando que as relações sexuais pudessem ser mantidas apenas pela busca do prazer.  Com o surgimento da pípula surge a efervescência do movimento hippie com o Amor livre, e do avanço dos movimentos feministas.

Até então vivíamos ainda o auge de uma geração fruto pleno da sociedade machista patriarcal, para muitos homens a pípula representou o não controle que eles acreditavam ter sob  a fidelidade feminina. Mas é preciso pensar que a pípula também abriu espaço de certa forma para o não uso do preservativo, visto que nesta época a maior preocupação em relação ao sexo era o controle reprodutivo.

Ainda hoje, muitas pessoas se esquecem que a pílula anticoncepcional apenas evita uma gravidez não planejada mas não te preserva de contrair AIDS ou outras DST´s.  A utilização da pípula por si só não exclui a necessidade e a importância do uso do preservativo.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher

Nota do Presidente da ABRADES, Prof. Dr. César Nunes sobre o Dia Internacional da Mulher
Em 08 de março de 1857 um grupo de mulheres operárias numa fábrica de tecidos organizava uma greve por direitos iguais, salários dignos (elas recebiam um terço do que era pago aos homens), redução da jornada de trabalho (trabalhavam até 16 hs por dia). Foram duramente reprimidas. Foram cercadas no galpão da fábrica e queimadas por um incêndio cruel e criminoso. Em 1910 se definiu o 08 de março como o dia de luta pelos direitos da mulher. Em 1975 essa data foi assumida pela ONU. Não é uma data de comemoração, no sentido estrito. É uma data de reflexão, de avanço de consciência e organização de gênero. É uma data política de retomada da causa original, de produção de memória e de avanço jurídico, cultural e social. O capitalismo e seus tentáculos  arquetípicos, patriarcais, machistas, hedonistas e consumistas tem lutado para recalcar, olvidar, desconhecer o sentido original de 08 de Março. E tem a mídia, o marketing e o senso comum titanicamente lutado para alterar o sentido desse dia, mudando-o para uma variação sincrética que reúne sensos conservadores que articulam um tanto do piegas e consumista dia das mães,  do exotérico e medíocre dia da secretaria e um relativo apelo sentimentalóide genérico. Aceitar esse sentido é matar outra vez a memória política das 130 mulheres  operárias americanas carbonizadas em 1857. Significa fagocitar o sentido para negar a causa.
Video com a fala da Vice-Presidente da ABRADES, Profa. Dra Cláudia Bonfim, publicados em seu Blog Pessoal sobre Sexualidade Feminina na sociedade capitalista
 
 

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sexualidade no Carnaval

Com a palavra a vice-presidente da Abrades: Profa. Dra Cláudia Bonfim...



Entrevista da vice-presidente da ABRADES, Profa. Dra Cláudia Bonfim, á rádio CBN de Campinas sobre Comportamento no Carnaval. Cliquem nos áudios e confiram!